domingo, 24 de junho de 2007

EUROPEUS E AMERICANOS DESEJAM RETOMAR DIÁLOGO COMERCIAL

* Amorim anuncia volta do diálogo na OMC

Um dia após o fracasso das negociações entre Brasil, Índia, Estados Unidos e Europa (G-4) em Potsdam, na Alemanha, para fechar um pré-acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), as autoridades comerciais americanas e européias procuraram o chanceler Celso Amorim, em Genebra, para discutir a retomada do diálogo.

(Estado de São Paulo - Sinopse Radiobrás)


* As negociações do G4 (Brasil, Índia, EUA e UE) para um avanço da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio fracassaram ontem em Potsdam, Alemanha.

Negociadores brasileiros e indianos deixaram as discussões por acharem "inútil" dar continuidade ao diálogo com os americanos e os europeus, dada as ofertas que receberam.

A saída deverá ser um acordo mínimo.

(Gazeta Mercantil - Sinopse Radiobrás)

sábado, 23 de junho de 2007

Fiasco em Potsdam arrasta Rodada Doha para o limbo

Pode ser que a jornada de negociações da Rodada Doha que terminou ontem na Alemanha venha a ser conhecida como "fiasco de Potsdam".

Ironicamente, o último ato da fracassada reunião de negociações foi um almoço no histórico hotel Cecilienhof, o mesmo onde os vencedores da Segunda Guerra Mundial decidiram o futuro da Alemanha.

Desta vez, decidia-se o futuro econômico dos emergentes.

Estavam reunidos os ministros do Brasil, EUA, União Européia e Índia.

Previa-se que a reunião terminasse amanhã ou no domingo.
Mas ela foi abruptamente interrompida ontem.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acusou americanos e europeus de terem feito um acordo para reduzir suas concessões na área agrícola, ao mesmo tempo em que exigiram redução de tarifas de importação de produtos industriais nos países emergentes.

Kamal Nath, ministro indiano de comércio, disse que os ricos mostraram inflexibilidade e arrogância.
"Os EUA não entenderam que o mundo mudou".

E Amorim emendou:

"Acabou o tempo em que os países em desenvolvimento baixavam a cabeça e aceitavam o que os industrializados queriam".

A resposta dos EUA e da UE também foi dura.

Peter Mandelson, comissário europeu de comércio, disse que a proposta dos EUA e da UE era "razoável", porque implicaria redução média de 1,3% nas tarifas de importação no Brasil e na Índia.

Para ele, os dois países querem mudar "a trave do gol".

O bate-boca ecoou na Casa Branca e no Planalto.

Um porta-voz de George W. Bush disse que o presidente ficou "desapontado" e culpou o Brasil e a Índia pelo fracasso.

Lula culpou "o lado de lá".

Os exportadores agrícolas brasileiros ficaram decepcionados e os industriais consideraram "corretíssima" a decisão brasileira de não ceder.

Em um ponto houve consenso: é hora do Brasil apostar em acordos bilaterais.

O colapso torna quase impossível que um esboço de acordo na OMC seja concluído nos próximos meses.

Depois de acusações recíprocas, Amorim, Mandelson e a representante comercial dos EUA, Susan Schwab, partiram separadamente para Genebra, onde conversarão hoje com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy.

Ninguém quer ser acusado pelo fiasco que parece inevitável.

(VALOR ECONÔMICO - SINOPSE RADIOABRÁS)